A Teoria das Relações Humanas, surgiu nos Estados Unidos como consequência imediata das conclusões obtidas na experiência em Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo (1880-1949) e seus colaboradores entre 1927 e 1932. Foi basicamente um movimento de reação e de oposição à Teoria Clássica da Administração.

Os estudos em Hawthorne

A Western Eletric era uma companhia que fabricava equipamentos para empresas telefônicas. A empresa sempre se caracterizara pela preocupação com o bem estar de seus funcionários, o que lhe proporcionava um clima constantemente sadio de relações industriais. Durante mais de 20 anos não se constatou nenhuma greve ou manifestação. Um diagnostico preliminar nos diria que a auto-estima na companhia era alta e os funcionários confiavam na competiencia de seus administradores.

No período entre 1927 e 1932 foram realizadas pesquisas em uma das fábricas da Western Electric Company, localizada em Hawthorne, distrito de Chicago. A fabrica contava com cerca de 40 mil empregados e as experiências realizadas visavam detectar de que modo fatores ambientais - como a iluminação do ambiente de trabalho - influenciavam a produtividade dos trabalhadores.

Em 1924 iniciara na fábrica de Hawthorne uma série de estudos para determinar uma possível relação entre a intensidade da iluminação do ambiente de trabalho e a eficiência dos trabalhadores, medida pelos níveis de produção alcançados. Esta experiência se estendeu ao estudo da fadiga, dos acidentes no trabalho, da rotação de pessoal e do efeito das condições físicas de trabalho sobre a produtividade dos empregados.

Entretanto a tentativa foi frustada, os pesquisadores não conseguiram provar a existiencia de qualquer relação simples entre a intensidade de iluminação e o ritmo de produção. Reduziu-se a iluminação na sala experimental. Esperava-se uma queda na produção, mas o resultado foi o oposto, a produção na verdade aumentou.

Os pesquisadores verificaram que os resultados da experiência eram prejudicados por variáveis de natureza psicoloógica. Tentaram eliminar ou neutralizar o fator psicológico, ainda estranho naquela época.

A ênfase dada pelos pesquisadores estava em se manter o ritmo de produção, controlando com maior exatidão algumas condições físicas, como temperatura, umidade da sala, duração do sono na noite anterior, alimentos ingeridos etc. Para isso, eles acreditavam que seria necessário isolar a influência do fator psicológico, e isso só seria possível com a colaboração das funcionárias, que não deveriam alterar seu ritmo de produção.

Das Condições experimentais

    1. Foi registrada a produção de cada operária ainda no seu local original de serviço, sem que soubessem e estabelecida a sua capacidade produtiva. 2.400 unidades por moça por semana.

    2. Para verificar o efeito da mudança de local de trabalho, o grupo experimental foi isolado na sala de provas, mantendo as condições e o horário de trabalho normais e medindo-se a produção.

    3. Fez-se uma modificação no sistema de pagamento, no qual as moças eram pagas por tarefa em grupo, ou seja, seus esforços repercutiam de forma direta no seu trabalho. Houve um aumento de produção.

    4. O quarto passo marca o inicio da introdução de mudança direta no trabalho. Introduziu um intervalo de cinco minutos de descanso no meio da manhã e outro igual no meio da tarde. Houve aumento da produção.

    5. Os intervalos de descanso foram aumentados para dez minutos cada. Houve aumento da produção.

    6. Deram-se 3 intervalos de cinco minutos na manhã e outros três à tarde. A produção não aumentou, e as moças reclamavam da quebra de ritmo.

    7. Passou-se novamente a dois intervalos de dez minutos, um pela manhã e outro pela tarde, servindo um lanche leve em um deles. Aumento de produção.

    8. Com as mesmas condições do período anterior, o grupo experimental passou a trabalhar somente até às 16:30 horas. Houve um acentuado aumento de produção.

    9. Reduziu a jornada para até as 16 horas. A produção permaneceu estacionda.

    10. Voltou-se o trabalho para as 17 horas. A produção aumentou bastante.

    11. Estabeleceu-se uma semana de cinco dias, com o Sàbado livre. Verificou-se que a produção diária das moças continuou a subir.

    12. Voltou-se às mesmas condições do 3o período, tirando-se todos os benefícios dados durante a experiência. Verificou-se que a produção diária e semanal atingiu um índice jamais alcançado anteriormente 3.000 unidades semanais por moça.

Conclusões:

    • As moças alegavam gostar de trabalhar na sala de provas, porque era divertido e supervisão branda, lhes permitiam trabalhar com mais liberdade e menor ansiedade.

    • Havia um ambiente amistoso e sem pressões, a conversa era permitida, aumentando a satisfação no trabalho.

    • Não havia temor ao supervisor.

    • Houve um desenvolvimento social do grupo experimental. As moças faziam amizades entre si e essas amizades estendiam-se para fora do trabalho. As moças passaram a se preocupar umas com as outras. Tornaram-se uma equipe.

    • O grupo desenvolve liderança e objetivos comuns.

A partir desta fase as pesquisas passaram a ter um enfoque nas relações humanas.

O resultado foi sentido imediatamente: a produtividade dos operários aumentou e a supervisão melhorou.

Isso aconteceu entre 1927 e 1932.