sábado, 17 de novembro de 2007

ECONOMIA - Dívida Externa Brasileira

01. Atualmente qual a situação do Brasil frente a dívida externa?

Hoje no Brasil muitos analistas vendem a idéia de que o problema da dívida externa foi resolvido a partir do acordo fechado com o FMI. Mas ao contrário do que muitos pensam, o comprometimento do gasto público e cada vez maior e o monitoramento do FMI é total sobre o Brasil.

Dessa maneira, o comprometimento de recursos no país para sustentar a política de favorecimento do capital financeiro internacional, do governo FHC, limita a capacidade de produção e liquida qualquer possibilidade de resgate da dívida externa brasileira.

Isso sem falar no endividamento público interno, que já passa dos R$ 500 bilhões, ou seja, 50% do PIB nacional.

Vivemos em um modelo incompatível com a realidade brasileira, e esse modelo traz conseqüências diretas à sociedade e ao país.

02. O endividamento externo do país é, realmente um "mal necessário"?

Essa história de dívida externa vem de longe. E temos que considerar vários fatores que nos levaram a acreditar que o endividamento externo seria a solução. Uma prática considerada como a "morfina imprescindível".

O Brasil sempre foi vítima de uma política do fraco contra o rico, e com uma crescente desvalorização de nossas exportações, enquanto os preços das importações continuavam estáveis. Dessa maneira sempre houve um grande déficit na balança comercial brasileira e o governo sempre optou pela solução mais fácil: o financiamento externo, não só para tampar buracos, como também para conseguir a rolagem da dívida .

03.A dívida externa é o montante de dinheiro que o governo deve ?

Não. A dívida externa pertence, em sua maior parte, à grandes empresas privadas do que ao próprio governo. Isso porque 60,1% dessa dívida, ou US$ 139,2 bilhões, é do setor privado.

E, do total dessa dívida do setor privado, cerca de 83,5% correspondem a dívidas de médio e longo prazos, que vencem ao longo dos anos. Apenas 16,5% da dívida privada constituem dívidas de curto prazo e, dessa parcela, a maior parte corresponde a linhas de crédito para os financiamentos do comércio exterior, renovadas periodicamente.

Os outros US$ 204,4 bilhões têm prazo superior a um ano e, nesse caso, são empréstimos para investimentos, no setor privado, ou para o governo federal, para rolar a dívida. É por meio de empréstimos também que o governo recebe os recursos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, para financiar projetos sociais.

04.Qual é o atual perfil da dívida brasileira ?

O perfil atual da dívida externa brasileira mudou bastante da década de 80 para cá. Naqueles anos o grande devedor era o setor público. Em dezembro de 1980, por exemplo, 69% dos US$ 53,8 bilhões que o país devia eram responsabilidade do governo federal. Em 1985, esse percentual era de 82% .

Hoje o setor público não-financeiro (governo federal, estados, municípios) responde por US$ 92,2 bolhões, ou seja 39,8% da dívida externa bruta. Considerando-se a dívida externa líquida do setor público, ou seja, deduzindo-se da dívida bruta as reservas internacionais do Banco Central do Brasil ( US$ 28,6 bilhões em 31 de maio de 2000), a dívida cai para US$ 63,6 bilhões. Valor em torno de 10 % do PIB.

05. Quais são os prazos de pagamento para divida brasileira?

A dívida externa brasileira vem sendo refinanciada em prazos e condições favoráveis. O Tesouro Nacional realizou em agosto, para se ter uma idéia, uma inédita emissão internacional de bônus no valor superior a US$ 5 bilhões. Terá um prazo de 40 anos para pagar. A emissão desses bônus foi com o propósito de trocá-los por títulos mais antigos e com prazo de vencimento e custos menores para o país.

A dívida de curto prazo do setor público, até um ano para pagar, é relativamente pequena e corresponde 4% do total da dívida pública. Toda essa dívida de curto prazo se refere a linhas de financiamento de importação da Petrobrás, também renovadas periodicamente os.

06.E se parássemos de pagar a dívidas, o que aconteceria ?

Se for considerado inadimplente o Brasil perderia crédito no exterior, pagaria mais caro por qualquer empréstimo e haveria também grande fuga de capitais para outros lugares, o que reduziria a quantidade de recursos disponíveis para o país.

É exatamente assim que ocorre com as pessoas que não honram os seus compromissos. Ficará com o nome sujo na praça.

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