sábado, 17 de novembro de 2007

ECONOMIA - O que é o Liberalismo Hoje???

O que é o liberalismo hoje?
O que é ser liberal?
FHC foi um político neoliberal?
O que vem a ser isso?

Liberalismo era uma ideologia, que veio junto com a Revolução Industrial, ela prevê a liberdade aos burgueses, donos de fábricas. O principal pensador do liberalismo foi Adam Smith.

No comercio seria baseado apenas nas leis naturais como a lei da oferta e da procura. O que acontecia de ruim é que os trabalhadores eram explorados. O que já não mais acontece pelas leis trabalhistas.

Ideologicamente o partido de FHC, o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), é um partido de centro-esquerda, FHC é dito como neoliberal, por causa das privatizações, ele deu condições para que as empresas estatais crescerem e alavancarem o crescimento do Brasil. Só que os que não gostam de trabalhar julgam as privatizações como prejudicais para o povo Brasileiro.

O erro de FHC foi ter privatizado, não por ser uma coisa ruim, mas pelo resultado ser em longo prazo, e acabou
dando condições à Lula para dizer que foi o Jesus Cristo brasileiro.

ECONOMIA - Histórico da Moeda Brasileira

01. Quando surgiu a Unidade do Sistema Monetário Brasileiro nos padrões atuais?

Isso se deu no século XIX quando a Casa da Moeda, naquela época situada no Estado da Bahia, imprimiu as primeiras cédulas.

02. Por que houve alteração nas moedas?

No sentido de adaptá-las às circunstâncias econômicas do país, especialmente a partir de 1964 quando se intensificou o processo inflacionário.

03.
Qual a moeda no período entre 01/11/1942 a 12/02/1967 ?

A moeda era o Cruzeiro, seu símbolo Cr$. Sua paridade (relação) com moeda anterior era 1.000 réis = 1,00 cruzeiro (1 conto de réis = 1.000 cruzeiros). A fração do cruzeiro denominada "centavo" foi extinta a partir de 1/12/64. A fundamentação legal da alteração da moeda veio pelo Decreto-Lei n.º 4.791, de 05.10.42 Lei n.º 4.511, de 1.12.64.

04. Qual a moeda no período entre 13/02/1967 a 14/05/1970 ?

A moeda era o Cruzeiro Novo, seu símbolo NCr$. Sua paridade (relação) com moeda anterior era 1.000 cruzeiros = 1,00 cruzeiro novo . A fundamentação legal da alteração da moeda veio pelo Decreto-Lei n.º 1, de 13,11,65 Resolução do Banco Central n.º 47, de 13.02.67.

05. Qual a moeda no período entre 15/05/1970 a 27/02/1986 ?

A moeda era o Cruzeiro, seu símbolo Cr$. Sua paridade (relação) com moeda anterior era 1,00 cruzeiro novo = 1,00 cruzeiro. A fração do cruzeiro denominada "centavo" foi extinta a partir de 16/08/84. A fundamentação legal da alteração da moeda veio da Resolução do Banco Central n.º 144, de 31.03.70 Lei n.º 7.214, de 15.08.84.

06. Qual a moeda no período entre 28/02/1986 a 15/01/1989 ?


A moeda era o Cruzado, seu símbolo Cz$. Sua paridade (relação) com moeda anterior era 1.000 cruzeiros = 1,00 cruzado. A fundamentação legal da alteração da moeda veio pelo Decreto-Lei n.º 2.283, de 27.02.86.

07. Qual a moeda no período entre 16/01/1989 a 15/03/1990 ?

A moeda era o Cruzado Novo, seu símbolo NCz$. Sua paridade (relação) com moeda anterior era 1.000 cruzados = 1,00 cruzado novo. A fundamentação legal da alteração da moeda veio pela Medida Provisória n.º 32, de 15.01.89, convertida na Lei n.º 7.730, de 31.01.89.

08. Qual a moeda no período entre 16/03/1990 a 31/07/1993 ?


A moeda era o Cruzeiro, seu símbolo Cr$. Sua paridade (relação) com moeda anterior era 1,00 cruzado novo = 1,00 cruzeiro. A fundamentação legal da alteração da moeda veio pela Medida Provisória n.º 168, de 15.03.90, convertida na Lei n.º 8.024, de 12.04.90.

09. Qual a moeda no período entre 01/08/1993 30/06/1994 ?


A moeda era o Cruzeiro Real, seu símbolo CR$. Sua paridade (relação) com moeda anterior era 1.000 cruzeiros = 1,00 cruzeiro real. A fundamentação legal da alteração da moeda veio pela Medida Provisória n.º 336, de 28.07.93, convertida na Lei n.º 8.697, de 27.08.93, e Resolução do banco Central n.º 2.010, de 18.07.93.

10. Qual a moeda no período desde 01/07/1994 (até nossos dias) ?


A moeda é o Real, seu símbolo R$. A paridade entre o Real e o Cruzeiro Real, a partir de 1/07/94, é igual à paridade entre URV (Unidade Real de Valor) e cruzeiro real fixada pelo Banco Central do Brasil para o dia 30.06.94 ( CR$ 2.750,00). Diante disso, a conversão de cruzeiros reais deve ser feita mediante a divisão no valor em CR$ pelo valor da URV de CR$ 2.750,00. Exemplificando: CR$ 2.750,00 dividido por CR$ 2.750,00 é igual a R$ 1,00 (um real). Outro exemplo: CR$ 1.000.000,00 dividido por CR$ 2.750,00 é igual a R$ 363,63. Essa mudança foi fundamentada nas Leis n.º 8.880, de 27.05.94, e 9.069 de 19.06.95.

ECONOMIA - Dívida Externa Brasileira

01. Atualmente qual a situação do Brasil frente a dívida externa?

Hoje no Brasil muitos analistas vendem a idéia de que o problema da dívida externa foi resolvido a partir do acordo fechado com o FMI. Mas ao contrário do que muitos pensam, o comprometimento do gasto público e cada vez maior e o monitoramento do FMI é total sobre o Brasil.

Dessa maneira, o comprometimento de recursos no país para sustentar a política de favorecimento do capital financeiro internacional, do governo FHC, limita a capacidade de produção e liquida qualquer possibilidade de resgate da dívida externa brasileira.

Isso sem falar no endividamento público interno, que já passa dos R$ 500 bilhões, ou seja, 50% do PIB nacional.

Vivemos em um modelo incompatível com a realidade brasileira, e esse modelo traz conseqüências diretas à sociedade e ao país.

02. O endividamento externo do país é, realmente um "mal necessário"?

Essa história de dívida externa vem de longe. E temos que considerar vários fatores que nos levaram a acreditar que o endividamento externo seria a solução. Uma prática considerada como a "morfina imprescindível".

O Brasil sempre foi vítima de uma política do fraco contra o rico, e com uma crescente desvalorização de nossas exportações, enquanto os preços das importações continuavam estáveis. Dessa maneira sempre houve um grande déficit na balança comercial brasileira e o governo sempre optou pela solução mais fácil: o financiamento externo, não só para tampar buracos, como também para conseguir a rolagem da dívida .

03.A dívida externa é o montante de dinheiro que o governo deve ?

Não. A dívida externa pertence, em sua maior parte, à grandes empresas privadas do que ao próprio governo. Isso porque 60,1% dessa dívida, ou US$ 139,2 bilhões, é do setor privado.

E, do total dessa dívida do setor privado, cerca de 83,5% correspondem a dívidas de médio e longo prazos, que vencem ao longo dos anos. Apenas 16,5% da dívida privada constituem dívidas de curto prazo e, dessa parcela, a maior parte corresponde a linhas de crédito para os financiamentos do comércio exterior, renovadas periodicamente.

Os outros US$ 204,4 bilhões têm prazo superior a um ano e, nesse caso, são empréstimos para investimentos, no setor privado, ou para o governo federal, para rolar a dívida. É por meio de empréstimos também que o governo recebe os recursos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, para financiar projetos sociais.

04.Qual é o atual perfil da dívida brasileira ?

O perfil atual da dívida externa brasileira mudou bastante da década de 80 para cá. Naqueles anos o grande devedor era o setor público. Em dezembro de 1980, por exemplo, 69% dos US$ 53,8 bilhões que o país devia eram responsabilidade do governo federal. Em 1985, esse percentual era de 82% .

Hoje o setor público não-financeiro (governo federal, estados, municípios) responde por US$ 92,2 bolhões, ou seja 39,8% da dívida externa bruta. Considerando-se a dívida externa líquida do setor público, ou seja, deduzindo-se da dívida bruta as reservas internacionais do Banco Central do Brasil ( US$ 28,6 bilhões em 31 de maio de 2000), a dívida cai para US$ 63,6 bilhões. Valor em torno de 10 % do PIB.

05. Quais são os prazos de pagamento para divida brasileira?

A dívida externa brasileira vem sendo refinanciada em prazos e condições favoráveis. O Tesouro Nacional realizou em agosto, para se ter uma idéia, uma inédita emissão internacional de bônus no valor superior a US$ 5 bilhões. Terá um prazo de 40 anos para pagar. A emissão desses bônus foi com o propósito de trocá-los por títulos mais antigos e com prazo de vencimento e custos menores para o país.

A dívida de curto prazo do setor público, até um ano para pagar, é relativamente pequena e corresponde 4% do total da dívida pública. Toda essa dívida de curto prazo se refere a linhas de financiamento de importação da Petrobrás, também renovadas periodicamente os.

06.E se parássemos de pagar a dívidas, o que aconteceria ?

Se for considerado inadimplente o Brasil perderia crédito no exterior, pagaria mais caro por qualquer empréstimo e haveria também grande fuga de capitais para outros lugares, o que reduziria a quantidade de recursos disponíveis para o país.

É exatamente assim que ocorre com as pessoas que não honram os seus compromissos. Ficará com o nome sujo na praça.

ECONOMIA - Operações de Câmbio

01.O que é câmbio?

Câmbio é toda operação em que há troca de moeda nacional por moeda estrangeira ou vice-versa. Por exemplo: a Receita te vende moeda estrangeira (recebe moeda nacional e lhe entrega moeda estrangeira) quando você vai viajar para o exterior e precisa de dinheiro para sua estada, suas compras, etc; a Receita compra de você moeda estrangeira (recebe a moeda estrangeira e lhe entrega moeda nacional) quando você retorna da viagem ao exterior e ainda possui algum dinheiro do país que você visitou, dinheiro que não será usado no Brasil.

02. Então qualquer pessoa pode comprar e vender moeda estrangeira?


No Brasil, toda operação de câmbio deve ser realizada por meio de contrato de câmbio, tendo sempre, como uma das partes, uma instituição autorizada a operar em câmbio pelo Banco Central, que comprará ou venderá a você a moeda estrangeira. Qualquer pessoa física ou jurídica pode ir, então, a uma instituição autorizada, para comprar ou vender moeda. Deve ser observada, porém, a regulamentação específica, que se encontra na Consolidação das Normas Cambiais (CNC), para a perfeita identificação do tipo e do mercado a que se refere a operação de câmbio.

03. Que tipo de operações pode realizar no mercado de câmbio?


Como regra geral, quaisquer pagamentos ou recebimentos em moeda estrangeira podem ser realizados no mercado de câmbio, devendo ser referentes a atividade lícita. Grande parte dessas operações já se encontram descritas e especificadas nos regulamentos e normas vigentes, e você não necessita de autorização prévia do Banco Central para realizá-las. Basta você procurar uma instituição autorizada a contratar câmbio. As operações que não são expressamente regulamentadas dependem de manifestação prévia do Banco Central.

04. Como pode ser definido o mercado de câmbio?


Chama-se mercado de câmbio o ambiente, abstrato, onde se realizam as operações de câmbio, entre os agentes autorizados e entre estes e seus clientes. No Brasil, o mercado de câmbio é dividido em dois segmentos, livre e flutuante, que são regulamentados e fiscalizados pelo Banco Central. O mercado livre é também conhecido como "comercial" e o mercado flutuante, como "turismo". À margem da lei, funciona um segmento denominado mercado paralelo, mercado negro, ou câmbio negro. Todos os negócios realizados nesse mercado, bem como a posse de moeda estrangeira, sem origem justificada, são ilegais e sujeitam o cidadão ou a empresa às penas da lei.

05. Quais as operações que posso fazer no mercado de câmbio livre ou comercial?

No mercado livre você pode realizar as operações decorrentes de comércio exterior, ou seja, de exportação e de importação. Neste mercado, também são realizadas as operações dos governos, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como aquelas decorrentes de transferências financeiras relativas a investimentos de estrangeiros no país, empréstimos a residentes, pagamentos e recebimentos de serviços, entre outras.

06. E no mercado flutuante, o que posso fazer? Só existem operações de turismo?


Inicialmente, esclarecemos que o termo "turismo" é utilizado de forma inadequada, visto que neste mercado, além das operações relativas à compra e venda de moeda estrangeira para o turismo internacional, podem ser realizadas diversas transferências não relacionadas ao turismo, tais como contribuições a entidades associativas, doações, heranças e legados, aposentadorias e pensões, manutenção de residentes, e tratamento de saúde. É importante ressaltar que não há limites de valor para a realização das operações previstas no regulamento do mercado flutuante (capítulo 2 da CNC), nem para as compras a título de turismo, nem para a realização de transferências unilaterais e pagamentos de serviços.

07. O que é contrato de câmbio? Para que serve?


O contrato de câmbio ou boleto é o instrumento por intermédio do qual se efetua a operação de câmbio. Nele, constam necessariamente, dentre outras informações, a moeda estrangeira que você está comprando ou vendendo, a taxa contratada, o valor correspondente em moeda nacional, os nomes do comprador e do vendedor (e respectivas assinaturas). O contrato de câmbio é o documento que formaliza a sua operação, ou seja, é o comprovante a ser apresentado à fiscalização.
08. Como posso saber se uma instituição está autorizada a operar em câmbio?


Toda autorização é objeto de divulgação no Diário Oficial da União. Além disso, a transação do PCAM 830 do SISBACEN, disponível ao público em geral, através do banco de dados de consulta pública denominado INFBACEN, lista todas as instituições autorizadas nos dois segmentos do mercado de câmbio. Em caso de dúvida, o cliente deve solicitar documentação comprobatória da aprovação do Banco Central e/ou contatar a representação do Departamento de Câmbio na praça ou região, ou ainda ligar para as Centrais de Atendimento do Banco Central.

09. O Real (R$) é comprado e vendido no exterior?


A conversibilidade de qualquer moeda depende da confiança dos agentes na economia do país emitente, aceitando-a como meio de pagamento, reserva de valor e unidade de referência. Não há, do ponto de vista legal e regulamentar, qualquer impedimento a que o Real seja negociado no exterior.

10. Como posso saber sobre a taxa de câmbio?


As taxas de câmbio praticadas no mercado brasileiro são publicadas nas páginas econômicas dos principais jornais do País, tendo por fonte a transação PTAX 800, do SISBACEN. Tal fonte está disponível ao público em geral, juntamente com outras de interesse público e não estão protegidas por qualquer tipo de sigilo, bastando que você adote os procedimentos necessários para acesso ao computador do Banco Central.

11. O que é, então, taxa de câmbio?

Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. A moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a cotação mais comumente utilizada seja a dessa moeda. Dessa forma, quando dizemos, por exemplo, que a taxa de câmbio brasileira é 1,60 significa que um dólar americano custa R$ 1,60. A taxa de câmbio reflete apenas um custo de uma moeda em relação a outra, não agregando quaisquer custos operacionais incorridos pelos bancos para realização do negócio. No seu conceito mais simples, a taxa de câmbio divide-se em taxa de venda e taxa de compra. Pensando sempre do ponto de vista do banco (ou outro agente autorizado a operar pelo BC), a taxa de venda é o preço que o banco cobra para vender a moeda estrangeira (a um importador, por exemplo), enquanto a taxa de compra reflete o preço que o banco aceita pagar pela moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um exportador, por exemplo). O intervalo entre a taxa de compra (a menor) e a de venda (a maior) representa o ganho do banco com a negociação da moeda, e é conhecida como "spread".

12. Existe alguma taxa de câmbio fixada pelo Banco Central?

Tanto o mercado livre como o flutuante têm taxas de câmbio livremente pactuadas entre as partes contratantes, ou seja, entre você e a instituição autorizada.

13. Existe alguma taxa de câmbio especial para comprar dólares para viagem ao exterior com finalidade de estudo?

Conforme mencionado anteriormente, as taxas de câmbio são livremente pactuadas entre o cliente e a instituição de sua preferência, não existindo, portanto, regras do Banco Central para que alguns tipos de operação tenham obrigatoriamente taxas de câmbio maiores ou menores.

14. O banco é obrigado a vender moeda em espécie?

Não. A forma de entrega da moeda estrangeira depende da conveniência operacional do banco. Normalmente, os bancos, por questões estratégicas de segurança (roubo e falsificação, por exemplo) e administração de caixa, procuram operar com o mínimo possível de moeda em espécie, preferindo negociar com cheques de viagem. A Cofidence não tem limitação quanto a compra ou vendas de espécie, nem tão pouco em cheques de viagem.

15. As taxas podem ser diferentes para moeda em espécie e em cheque de viagem?

As taxas de câmbio são livremente pactuadas entre as partes, cabendo lembrar que a disponibilidade da moeda em espécie implica maiores custos e risco para o banco vendedor. Portanto, as taxas podem ser diferentes.

16. Quanto um viajante pode comprar em moeda estrangeira para turismo no exterior?

As normas cambiais não impõem limite para essa finalidade, cabendo à instituição financeira zelar pela licitude da operação, particularmente no que se refere à origem da moeda nacional utilizada no pagamento.


17. O que devo apresentar para comprar moeda estrangeira?

Apenas seu documento de identificação, cabendo ressaltar que a compra deve ser feita por você ou por um representante legal. Para os valores acima de US$ 3,000.00, o valor correspondente em moeda nacional deve ser pago por cheque de sua emissão ou por débito em sua conta corrente. Em alguns casos específicos, outros documentos relativos à operação devem ser apresentados, como por exemplo, o de quitação dos impostos devidos a Receita Federal. A relação desses documentos pode ser encontrada na CNC.

18. Quem compra moeda estrangeira fica obrigado a viajar ao exterior?

Não há menção específica da regulamentação a esse assunto. No entanto, o pressuposto da norma é que a compra tenha por fim custear viagem de turismo ao exterior, sendo ainda vedada a propriedade de moeda estrangeira como forma de poupança.

19. Sou obrigado a vender a um banco brasileiro a moeda estrangeira restante?

A regulamentação em vigor não impõe tal condição, cabendo ressaltar que é vedada a utilização de moeda estrangeira como meio de pagamento ou reserva de valor no País, devendo ser a mesma sempre negociada em instituição autorizada. Cabe observar também a legislação fiscal aplicável, que exige a declaração de eventuais valores da espécie.

20. Qual é o papel do Banco Central no mercado de câmbio?

Por lei, compete ao Banco Central o monopólio sobre toda moeda estrangeira transacionada no mercado de câmbio. Na prática, o Banco Central autoriza bancos e outras instituições a operar nesse mercado e estabelece as regras a serem observadas por todos. Além disso, compete ao BC fiscalizar esse mercado, podendo punir dirigentes e instituições, mediante multas, suspensões e outras sanções previstas em lei. Até janeiro de 1999, vigorava o regime de bandas cambiais, em que o Banco Central estabelecia faixas de flutuação para o dólar dos Estados Unidos. A partir daquele mês, por meio do Comunicado nº 6.565, o Banco Central permitiu ao mercado estabelecer livremente a taxa de câmbio, podendo, no entanto, intervir de forma ocasional e limitada, objetivando conter movimentos desordenados das taxas praticadas.

21. Como o Banco Central fiscaliza o mercado de câmbio?

O Banco Central monitora o mercado de câmbio diariamente, por amostragem, através da seleção de operações a partir de todo o universo de instituições e negócios do dia. O BC atua também diretamente no controle cambial do comércio exterior, cobrando o ingresso da moeda estrangeira para os respectivos embarques de exportação e a comprovação da internação da mercadoria relativa aos pagamentos efetuados a título de importação.

ECONOMIA - Investidores financeiros são a nova cara do capitalismo no Brasil

Aplicações de fundos em empresas emergentes chega a R$ 1 bilhão e muda o ambiente de negócios no País. Quem quer entender o que está acontecendo com o capitalismo brasileiro deve conhecer pessoas como o engenheiro Patrice Etlin, de 43 anos. Etlin trabalha em um escritório de 200 m2 com oito funcionários - incluindo duas secretárias - no bairro do Itaim, em São Paulo. Seu poder, porém, vai muito além de seu discreto ambiente de trabalho. Ele controla - ou já controlou - nove empresas, com 22 mil empregados e faturamento de R$ 1,5 bilhão por ano.
Etlin é o principal executivo no Brasil do fundo americano Advent, especializado em investimentos de private equity, ou seja, em comprar participações em empresas promissoras. Se o símbolo do capitalismo no Brasil foi durante muitos anos capitães da indústria, como Antônio Ermírio de Moraes, ou banqueiros, como Olavo Setúbal, sua cara mais atual é a dos administradores de fundos de private equity, como Etlin.

Os números dão uma dimensão da nova tendência da economia brasileira. Desde o início da década, os fundos de private equity investiam, em média, de R$ 300 milhões a R$ 500 milhões por ano no Brasil. Em 2006, chegaram a R$ 1 bilhão e, em 2007, estima-se que devem movimentar o dobro. Eles estão por trás de alguns dos principais negócios do País, da empresa ferroviária ALL à indústria de cosméticos Natura, passando pela companhia aérea Gol.


EVOLUÇÃO

O que explica o boom de investimentos são tendências internacionais e razões próprias do Brasil. Há um excesso de dinheiro em circulação no mundo em busca de oportunidades. Só nos mercados emergentes, o caixa dos fundos de private equity foi multiplicado por sete em três anos e ultrapassou US$ 22 bilhões em 2006, segundo a associação de private equity de países emergentes (Empea).

No Brasil, as reformas do mercado de capitais viabilizaram mais negócios, facilitando a venda das companhias na Bolsa de Valores - onde os fundos de private equity podem revender as empresas que compraram. 'Está acontecendo uma mudança quase revolucionária no mercado de capitais brasileiro', diz o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.

Sócio da administradora de recursos Gávea, Armínio também faz parte dessa transformação. Ele tem um fundo de private equity que já participou da compra de parte da companhia aérea BRA. Com US$ 300 milhões em caixa, já tem três outros negócios engatilhados.


Os fundos de private equity funcionam como uma alavanca financeira e administrativa para as empresas. Eles recebem investimentos financeiros de fundos de pensão, administradores de recursos e seguradoras e aplicam esse dinheiro na compra de participações ou do controle de empresas com grande potencial de crescimento.

Se tudo der certo, a companhia ganha fôlego financeiro, novas idéias de gestão, cresce, compra concorrentes, se valoriza e é vendida ou abre capital, trazendo grandes lucros aos investidores financeiros.

Essa engenharia faz girar a roda dos negócios. No ano passado, os fundos de private equity foram um dos principais responsáveis pelo aumento de 44% no número de fusões e aquisições no Brasil. 'Esses fundos devem voltar a puxar o número de negócios no Brasil em 2007. Eles estão mudando a cara do capitalismo no Brasil', diz Raul Beer, sócio da PriceWaterhouseCoopers, que realiza um estudo trimestral sobre fusões e aquisições no País.

O fundo mais poderoso é também pioneiro nesse mercado. Criado por ex-sócios do Banco Garantia, a GP Investimentos abriu seu primeiro fundo em 1994 com US$ 500 milhões. Desde então, já investiu mais US$ 1,1 bilhão em empresas como Telemar, ALL Logística, Submarino e a construtora Gafisa.

O caso da Gafisa é exemplar. A GP pegou a empresa em crise financeira em 1997, investiu R$ 78 milhões, aplicou sua receita de gestão - baseada em meritocracia, corte de custos e foco no negócio principal - e multiplicou por quinze a receita anual da companhia. No ano passado, a Gafisa vendeu suas ações na Bolsa e a GP obteve um retorno cinco vezes maior do que o investimento.

Esses investidores estão mais interessados em casos como o da Gafisa do que no crescimento do PIB. 'O Brasil pode não ser a China ou a Índia, mas tem setores que crescem 15% a 20% ao ano. E é isso que atrai os investidores', diz Marcus Regueira, presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap).